Nsexi Nunes: "Apresentar o programa Viva Em Casa foi uma das melhores experiências da minha vida"





Nascido na província do Uige, a 25 de Março, Nsexi Manuel António Nunes, cresceu em Luanda, e é hoje um dos rostos jovens do jornalismo angolano. Tornou-se popularmente conhecido por fazer reportagens e apresentar as sextas-feira o programa televisivo "Viva Em Casa", do canal Zap Viva.

Carinhosamente chamado por fãs e telespectadores "O cebeludo da Zap", Nsexi começou a enfrentar o público aos 15 anos de idade, apresentando diversos eventos na igreja, tendo consequentemente despertado a veia da comunicação social cuja paixão fortaleceu-se com o seu ingresso à universidade, segundo contou o mesmo em entrevista exclusiva ao Cison Press, que desde já convidamos a si, caro leitor, a acompanhá-la.

 

Angola ou o mundo conhece-te como apresentador de TV. Como é que entras para o mundo da comunicação social?

Nsexi Nunes - Em 2016, os meus pais reuniram algumas condições para pagar a minha universidade, isto na UNIA, e eu lá fui para fazer Recursos Humanos, mas não tinha este curso. No entanto, verifiquei na lista dos cursos e vi Ciências da Comunicação, me inscrevi e dai fui estudando e me apaixonei pelo curso até que no final do primeiro ano, eu conheci o Yuri Rebelo e o Hermenegildo Manuel, jovens estavam no comando do portal Bué Fixe no qual trabalhei como repórter, fotógrafo e redactor. Tempos depois, fui nomeado o chefe de redacção do site.

 

E como é que chega até à Zap?

Nsexi- No Segundo ano, os meus colegas ouviram por alto que a Zap estava a caçar novos talentos, e os meus colegas diziam vamos tentar, e lá fomos fazer o casting, eu fui só mesmo a seguir os meus colegas. Portanto, feito o casting, ao contrário de muitos, a Zap não publicou a lista de quem aprovou, mas sim de quem reprovou, e o meu nome não estava na lista, o que significava que eu tinha aprovado, numa concorrência de quase 8 mil candidatos. E dai a minha trajectória começou.

 

Qual foi o programa da Zap no qual estreaste?

Nsexi- Eu comecei como repórter no programa "Grandes Manhãs" e a minha primeira reportagem foi podre (risos), apesar de saber, tudo era muito novo para mim e além disso eu era muito tímido.

 

Daí, os anos passaram, e eu fui fazendo outras reportagens até que um belo a Patrícia Pacheco envia-me uma mensagem. No dia seguinte, quando chego no trabalho avisam-me: "Nsexi, na sexta-feira, tu e a Djamila Gonçalves vão apresentar o programa (Viva Em Casa) ", pois Daniel Nascimento estava ocupado com o outro programa que podia estreiar e a Patrícia com o BAI Dança Com Rítmo. Foi uma grande responsabilidade apresentar o programa, mas foi uma das melhores experiências da minha vida além do dia em que foi admitido como novo trabalhador da Zap.

 

Quem te ouve, consegue notar o tom grave da sua voz que é, na verdade, associada à informação. Como vens para o entretenimento?

Nsexi - A informação sempre me perseguiu porque as pessoas ao meu redor sempre me disseram que tinha ar para fazer informação, mas eu não me identifico muito com a área.

 

Além da timidez, qual foi o outro maior desafio que encontraste no programa?

Nsexi - A gesticulação foi um dos primeiros desafios que encontrei, quando comecei como repórter. Eu gesticulo muito e tinha sempre intenção de meter a mão na cara e um repórter quando está diante da camêra não pode colocar a mão na cara, pois isso gera ruído na comunicação.

 

Além da apresentação, há outra habilidade que tens ainda a nível da comunicação?

Nsexi - Na Zap aprendi a fazer tudo. Além de ser assistente editorial, sou repórter, faço grafismo que tem a ver com as legendas, aprendi a ser operador de VTs, que é relacionado a vídeos. Eu faço também alinhamento, o famoso guião. Portanto, na Zap aprende-se a fazer quase tudo.


 

Como é que olha para o jornalismo angolano feito por jovens?

Nsexi - Está no bom caminho, sinónimo disso é que a cada dia que passa, mais sites e páginas vão se abrindo, mas infelizmente o que tem-se notado é que estas páginas, muitas delas, nascem com um bom objectivo, mas depois inclinam-se para um péssimo lado que é fazer as notícias falsas, as famosas "Fake News" tudo em busca de mais seguidores.

 

Em termos de metas, como é que te vês daqui a 5 anos?

Nsexi - Eu não sou muito de traçar planos porque quando se traça um e não se consegue cria decepção, por mais que tenhas controlo, querendo ou não ficas decepcionado. Portanto, eu prefiro não traçar planos a longo prazo, prefiro viver um dia de cada vez. As pessoas estão a perder a paz porque pensam muito no futuro e se esquecem de viver o presente porque o nosso futuro depende do presente. Então, se tu consegues traças as tuas metas diárias, tu consegues construir um plano a longo curso.

 

Texto: Narciso Drake & Stella dos Santos

Imagem: Nsexi Nunes (instagram)

Comentários

  1. Top top. Apesar de termos convivido pouco tempo é uma das pessoas mais inteligentes e habilidosas que conheço.

    Desejo tudo de bom #Nunera.

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