Helka Guimarães: "A etiqueta não trata de nós sermos chiques, finos ou perfeitos, e sim, humanos conscientes do nosso comportamento"
Em entrevista exclusiva ao Cison Press, a empresária, formadora de etiqueta e ex-apresentadora de TV, Helka Guimarães, falou sobre a sua apreciação quanto à forma como a etiqueta social tem sido usada pelas pessoas, nas empresas e não só.
Como é que olha para a questão da etiqueta nas empresas?
Helka Guimarães: Nós temos muitos problemas nas empresas relativamente à etiqueta, porque há funcionários que não cumprem com a deontologia profissional, não têm responsabilidades na hora de entrar, higiene pessoal, a liguagem e forma como se posicionam dentro da empresa é inadequada.
O factor etiqueta também pode estar na base para uma promoção de cargo no trabalho...
H.G: Quando um chefe pensa em promover alguém ele não vai analisar só o trabalho bom, ele vai analisar um percurso do funcionário e o que vai contar é a consistência.
O que se verifica nas empresas são pessoas que ficam 15 a 20 anos, mas não são promovidas, mas entra alguém que em 2 ou 3 anos são promovidas devido ao seu posicionamento e educação, e as outras pessoas sentem-se mal.
O que está na base da falta de etiqueta dentro das empresas?
H.G: As pessoas, às vezes, por já estarem na empresa há muito tempo, sentem-se à vontade, perdendo a cerimónia. No local de trabalho, nós não podemos ter uma postura informal, isso é muito notório nas nossas empresas. Às vezes fala-se mal das instituições públicas, e as pessoas culpam o Estado, mas não é o Estado o culpado, e sim as pessoas que lá estão a trabalhar, a forma como se comportam e falam com os clientes.
A etiqueta implica necessariamente a questão do ser chique e fino?
H.G: A etiqueta não trata de nós sermos chiques, finos ou perfeitos, e sim sermos humanos e termos consciência que determinados comportamentos podem prejudicar a nossa dinâmica social, profissional e até mesmo familiar.
Que avaliação faz à postura das figuras publicas locais, em termos de etiqueta?
H.G: Eu não de fazer pré-julgamentos, pois entendo que as figuaras públicas e aquelas pessoas que, de facto, influenciam as outras, têm uma responsabilidade acrescida, e quando se cobra determinadas posturas e condutas delas, passam a ter automaticamente outro tipo de propósito e imagem, e são vistas de forma diferente. Portanto, têm que ser mais cuidadosos com determinadas posturas e linguagens.
Por que decidiu puxar por esse lado da etiqueta social?
H.G: Como sabe, eu sou empresária há dois anos e, obviamente, tenho funcionários, e percebi o défice nesta aspecto corporativo, de deontologia profissional, ética e etiqueta no trabalho. Dei formação à minha equipa e a luta era para eles entenderem a importância da educação, linguagem correcta no local do trabalho.
Além das formaçoes que tem dado, qual é a alternativa que pretende usar para fazer chegar o conhecimento de etiqueta às outras pessoas?
H.G: Além de há 15 anos atrás eu ter feito a formação em etiqueta, já tive a intensão de inclusivamente escrever um livro, ainda não o fiz, se calhar não tinha experiência na prática, e era mesmo preciso percorrer este caminho que estou a fazê-lo já há três anos e quem sabe, mais para frente eu escreva um livro.
Texto: Narciso Drake






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