"Um investimento muito sério na Cultura e na Educação pode melhorar o estado da Literatura Angolana", diz Ondjaki

Em entrevista exclusiva ao Cison Press, Ondjaki falou sobre a sua preocupação quanto ao estado actual da literatura feita em Angola e apontou um dos factores essenciais para melhorar o mencionado sector cultural. O escritor falou, ainda, sobre a sua recente participação, nas vestes de figura central, do evento "Escritor do Mês", realizado pelo Centro Cultural Camões em parceria com a agência artística "Art Sem Letra".

Sabe-se que foi, no mês de Abril, escolhido como o escritor do referido mês, no Centro Cultural Camões. Fala-nos um pouco sobre esta experiência!

Ondjaki: Foi uma actividade muito interessante. Gosto muito de ver coisas bonitas e bem organizadas pelos jovens, foi uma bela conversa, com intervenções poéticas, e perguntas interessantes.

Qual foi o sentimento, após ser escolhido ou homenageado para aquela edição?

Senti-me honrado, e espero que as outras pessoas adiram às novas edições deste evento "Escritor do Mês", uma iniciativa que acredito que é realizado todos os meses.

Ao longo da sua explanação, disse que está preocupado com a Literatura Angolana. Ao seu ver, o que falta para melhorar este quadro?

O que falta é o país acertar um ritmo de investimento muito sério na Cultura e na Educação, isso não é um factor único, mas este investimento poderá, daqui a alguns anos, refletir o surgimento de muitos mais autores e autoras da literatura angolana.

Por que é que raras vezes, ou senão mesmo, nunca te apresentas com o seu nome civil?

Não vejo qual é o interesse em as pessoas quererem saber o nome civil de um escritor porque, por exemplo, o Pepetela decidiu ser Pepetela, e eu decidi ser o Ondjaki. É melhor saberem o que é que o escritor andou a escrever do que como é que se chamou quando ele nascia, mas isso, é só a minha opinião. 

De que forma é que começou o seu percurso na literatura?

A minha primeira obra foi publicada, quando obtive o segundo lugar no Prémio Literário António Jacinto, em 2000, com um livro de poemas, e depois comecei a publicar em outras editoras, romances e contos.


Texto: Narciso Drake

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