Ezzy Samuelson: "Gostaria de cantar na mesma faixa com o Prodígio"

No mundo da música há mais de 15 anos, Ezzy Samuelson é um rapper angolano que conta actualmente com três obras disponíveis, dentre elas duas EPs e uma mixtape. O artista contou em entrevista exclusiva ao Cison Press, sobre o começo da sua carreira, o seu futuro projecto musical, bem como o desejo de gravar uma música com o integrante da Força Surprema, Prodígio.

Como é que começa a sua história na música?

A minha história na música começou no Rap, mas como todo adolescente angolano, também tive uma passagem pelo Kuduro. 

Lembra-se da primeira música gravada?

A primeira música que gravei foi kuduro, mas eu já tinha algumas letras de Rap. Além disso, na altura, já fazia freestyle e beatbox. Portanto, eu aprendi a fazer rima no Rap, depois surgiu o convite de alguns amigos para fazer Kuduro, enquadrei-me, mas actualmente encontro-me simplemente a fazer Rap.

Quantos projectos lançados?

Tenho dois EPs que são o "31 de Janeiro vol. 1 e 2", que é a minha data de aniversário. Tenho também uma mixtape. E estou a trabalhar já no meu terceiro EP intitulado "Gangsta Vibe".

Os tipos de músicas que aprecia também influenciaram na versatilidade deste projecto?

Eu gosto de ouvir vários estilos musicais, embora a minha essência seja Rap. Gosto de artistas como Eminem, Kendrick Lamar, Djavan, NGA e Prodígio. Portanto, nos meus projectos, além de outros temas, há músicas que falam de amor, num estilo RNB, por exemplo. Tenho, no meu primeiro EP, um Rapduro, e neste terceiro EP trarei também uma fusão de Rap com Drill.

O que acha desta tendência de os artistas fazerem fusão do Rap com outros estilos?

É fixe porque a música não é estática, é dinâmica. Então é bom quando os artistas começam a descobrir e optar por outras sonoridades. Além disso, o Rap casa com qualquer estilo.

Que avaliação faz do Rap feito pela New School, no nosso mercado?

Em termos de lyrics (letras) estamos a dever muito, principalmente os que fazem "Trap", por ser uma vertente que não exige muito na escrita, é mais flow e adoço. 

Rap de ostentação e, muitas vezes, com conteúdo ofensivo, qual é a sua opinião sobre isso?

Eu sou de opinião que nós devemos deixar os artistas fazerem o que sentem, porque ninguém pode impor na arte do outro. Mas quanto aos músicos que falam sobre drogas, mulheres e ostentação, penso que fazem-no como reflexo do meio em que vivem.

O que te diferencia de outros artistas?

Embora eu seja antigo na cena, eu consigo me reenquadrar em qualquer evolução do Rap.

Artista nacional com o qual gostaria de cantar junto ou partilhar o mesmo palco?

O artista nacional com o qual gostaria de partilhar o palco ou cantar junto é o Prodígio, por ser um dos mais liricistas que temos aqui no mercado, e por me considerar também um bom liricista, então, medindo a minha capacidade, acho que sairíamos bem numa faixa juntos.

Texto: Narciso Drake

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