Sofia Buco: "A arte salvou-me da depressão"

Nascida a 25 de Abril de 1985, Sofia Felicidade Alberto Buco é um dos rostos públicos conhecidos pelos angolanos e não só, seja no teatro como actriz, ou na televisão como apresentadora. Sofia tomou o primeiro contacto com as artes, aos 14 anos de idade, por iniciativa de sua mãe. Desde aquela data, a artista andou de mãos dadas com a arte, até se tornar profissional em 2011.

Em entrevista exclusiva ao Cison Press, Sofia Buco falou da sua experiência enquanto uma artista que enfrentava a "depressão" e de como a arte serviu como um dos remédios fundamentais para a cura deste mal psicológico considerado umas maiores preocupações do século actual.

Sofia, conta-nos um pouco sobre a sua experiência, após passar por depressão.

Eu já tive depressão (fui ultrapassando dias após dias). Ela é uma doença que acontece, é um vasio muito grande que precisa de ser preenchido. E é preciso saber como é que vamos preenche-lo, nem toda gente sabe disso. 

Como é que olha para esta doença?

Encaro-a, obviamente, como uma preocupação muito grande, é mesmo a grande doença do século. Vê-se muitos jovens desempregados, sonhos não realizados, isso causa mesmo frustração que poder gerar uma depressão profunda, na pior das vezes, sem poderem ser ajudados, pois, infelizmente, nem todas as pessoas têm acompanhamento médico, só mesmo Deus para as acudir.

Como é que conseguiu ultrapassar esta doença?

Eu, graças a Deus, tive a oportunidade de praticar aquilo que eu gosto, que é o teatro, a música e o desporto.

O que é que sugere para combater a depressão?

Um das formas de combate-lo é fazer aquilo que nós gostamos, mas temos de ter condições para fazê-lo, porque se não houver condições para tal, chega a ser ainda pior para a depressão. Então, é preciso que se crie condições para isso.

Recentemente, perdemos um artista por depressão...

Vários artistas, infelizmente, têm perdido a vida devido à depressão. E o nosso país ainda não encara ela como doença, encara-a como algo leve, mas é algo muito sério.

Em seu ver, o que podemos fazer para para apelar e dizer um "basta" a esta doença?

Eu acho que o que os pequenos grupos vão fazendo já é bom. Só o facto de estar aqui com vários jovens, reunidos para debates, falar de literatura e das artes, já ajuda muito neste sentido. E uma das soluções para esta doença é ocupar a mente, não deixando-a fazia, e sim preenchendo-a com algo positivo.


Texto: Narciso Drake

Imagem: Sofia Buco (arquivo)

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